Isabelle Huppert, atriz
Filme(s) no Festival:
A Mulher mais rica do mundo
Convidada de honra do Festival
É muito difícil resumir a carreira prolífica de Isabelle Huppert, a maior atriz do cinema francês atual, com 163 filmes e 19 prêmios.
Reconhecida como um dos maiores nomes do cinema francês e europeu, ela é notável por sua capacidade de interpretar personagens complexos, ambíguos e desafiadores. Huppert é vista como uma atriz que “se torna autora” de seus papéis, indo além da mera interpretação para dar uma contribuição significativa e pessoal aos personagens. Desde sua estreia, ela manteve uma presença constante e relevante no cinema, trabalhando com grandes diretores em filmes franceses e internacionais. Sua carreira é marcada por escolhas audaciosas e inusitadas.
Huppert estreou no cinema papéis coadjuvantes, nomeadamente em Faustine e o belo verão, de Nina Companeez, e Corações Loucos, de Bertrand Blier, que a revelaram ao grande público. Rapidamente, ela se destacou por sua intensidade e capacidade de interpretar personagens complexos, ambíguos e muitas vezes marginais. Sua colaboração com Claude Goretta em Um Amor tão frágil lhe rendeu reconhecimento internacional: sua interpretação comovente de uma jovem tímida lhe rendeu o Prêmio de Melhor Atriz em Cannes e marcou um ponto de virada decisivo em sua carreira.
Isabelle Huppert alternou entre cinema de autor e produções mais populares. Trabalhou com os maiores cineastas europeus: Claude Chabrol (oito filmes juntos, incluindo Violette Nozière – Prêmio de Melhor Atriz em Cannes –, Um assunto de mulheres e Mulheres Diabólicas – César de Melhor Atriz), Jean-Luc Godard, Maurice Pialat, Patrice Chéreau, Michael Cimino (em Heaven’s Gate), Andrzej Wajda e Claude Sautet.
Atriz camaleônica, Huppert não teme nem a frieza nem a provocação: ela explora papéis de mulheres atormentadas, dominadoras ou vulneráveis, muitas vezes em busca de emancipação. Sua colaboração com Michael Haneke em A Pianista lhe rendeu o Prêmio de Melhor Atriz em Cannes e consolidou sua reputação como ícone do cinema de autor mundial. Ela se reuniu novamente com Haneke em Amor e Happy End.
No palco, Isabelle Huppert leva paralelamente uma carreira teatral prolífica, atuando sob a direção de Peter Zadek, Robert Wilson, Krystian Lupa, Luca Ronconi, Claude Régy ou Ivo van Hove, tanto na França quanto no exterior. Ela alterna tragédias clássicas e textos contemporâneos, confirmando seu status de intérprete completa.
Continuou a acumular papéis marcantes, nomeadamente em Ela, de Paul Verhoeven, que lhe valeu o Globo de Ouro de melhor atriz, uma nomeação para os Óscares e um César. A sua ousadia, rigor e curiosidade artística fazem dela uma figura importante do cinema mundial.
Com mais de 150 filmes em seu currículo, Isabelle Huppert trabalhou com diretores como Benoît Jacquot, Catherine Breillat, François Ozon, Hong Sang-soo e Werner Schroeter. Poliglota, ela filma em francês, inglês, alemão e coreano, confirmando sua estatura de artista internacional.
Vencedora de vários prêmios (César, prêmios de interpretação em Cannes, Veneza, Berlim, Molière d’honneur, etc.), Isabelle Huppert personifica a constância, a exigência e a liberdade do cinema de autor europeu.
